sexta-feira, novembro 29, 2013

Di Rua.



é o homem
é a fome
é um homem
sem nome

é uma cria
do mundo
uma criança
sem rumo

pra uns,
é lixo
é chão
comida? tem não!

passa o pano,
passa reto,
passa um rato,
não passa de um rato.

é tinner
é cola
sem escola
sem bola.

é arma
é armação
sem noção,
sem nação.

mais um
menos um,
tanto faz
quem é que faz?

cidadão da cidadinha
prato de comida
se dá, dão,
um Civil vil.

Ajuda? Só papo,
sopapos e sopas,
papel público
feito privado.

de jogador a jogado,
de gente a bicho,
de tadinho a bandido
de Garoto a pivete.

Abortos atrasado
mãe gentil
pai senil
patria amada...

sexta-feira, outubro 25, 2013

Palavreado!



Segue...
antes mesmo que essa luz te cegue,
siga nessa saga insana,
faça dessa taça um brinde,
comemore, come e morre.

Cale-se...
antes mesmo que entale-se,
alcance esse cálice
encante-se com teu silêncio.

Cresça na crise,
na crista da onda,
onde quer que vá
faça o que quiser.

Faça da foice, faca.
Face de quem foi-se.
Faça-se de quem fica.
Faça em face de foice.

A sorte é o teu acoite,
quem sabe a noite a solte,
e no escuro, cure-se do ex
que sirva de exemplo.

Não creia no que criaram
no crivo do cravo da mão,
escravos de si,
ex-cravos da rosa de salão.

Detesto o destino,
desatino de quem vive,
promessa pra missa
de quem viver, verão.

terça-feira, setembro 17, 2013

A Maria


Amaria Maria
só por ela ser quem ela era,
Amaria Maria de qualquer forma,
até mesmo porque Maria
era uma mulher muito fácil,
fácil de amar, fácil de lidar,
fácil de conviver, fácil de admirar...
Como diria Milton
"Maria, Maria é um Dom"
Mas ela também era um tom,
 um som suave em nossos ouvidos,
Maria era um conselho, uma voz,
uma bronca, uma briga
era tudo e ao mesmo tempo não era nada,
era força necessária, palavra incessante,
era riso solto, era amor constante...
Amaria Maria, pois outra forma não haveria de ser,
amaria Maria e amo, não tem como deixar de amar,
Maria começa e termina, Maria é um ciclo
é uma forma de manter um pedacinho sempre com quem precisa,
Maria como ela não existirá, Marias como elas sempre existirão,
Há Marias e Marias,
Amaria as Marias,
Maria é Vó
Maria é Tia
Maria é Noite
Maria é Dia,
Maria é Mãe
Maria é Filha
Maria SOU EU,
Maria és TU
Maria era Iêda,
Hoje Maria é Malú.










sexta-feira, agosto 30, 2013

Pra quê pressa?


Pra quê pressa?
se as preces já não adiantam mais,
Pra quê correr?
se parado eu ganho mais...

eu já vi de tudo acontecer
e sei que de desgosto eu vou morrer
a história se repete, não tem quem se mexe
deixa a agua pro rio correr...

Tanto falar, provocar pra ver
tem gente jogando indireta
pro verde poder colher,
fala fala, sem querer dizer...

São frases feitas, palavras frias
copiando Lispector que agonia,
até parece que sabe escrever
sobre Física e Astronomia...

Pra quê pressa?
se as preces já não adiantam mais,
Pra quê correr?
se parado eu ganho mais...

Pode deixar que uma hora eu aprendo
leio a bíblia e assino referendo
me fazem de bobo mesmo não querendo
e quando acredito, não é o momento.

Me faço de cult, me faço de cool,
leio Bukowski, decoro Xanadú
critico a política e os povos do Sul
Tomo conhaque e ouço Maria Gadú.

Pra quê pressa?
se as preces já não adiantam mais,
Pra quê correr?
se parado eu ganho mais...

terça-feira, julho 23, 2013

Esses nossos dias...



É, sei que os dias estão difíceis
mas quem disse que os dias difíceis são ruins?
pois é, nem o diálogo é como era antes,
se um fala, o outro logo vai a diante.

Hoje, o café é o da padaria,
o da nossa mesa não tem mais sabor,
falta manteiga, falta coragem, falta amor,
faltam nossos olhos se cruzarem.

Nossa casa está farta de nós dois,
são tantos cômodos, incômodos
móveis, imóveis, tudo cheio de vazio,
e a gente figurando nesse lar
.

Outrora éramos uma valsa
hoje somos uma farsa,
o que tornou insuportável essa dança,

agora somos dois pra lá e dois pra cá...

É, a gente não morreu,
mas matamos um ao outro,
a gente se deixou levar a sério,

e agora não sabemos mais brincar.

Passamos tanto tempo dando um tempo,
hoje a gente não se reconhece mais,

mesmo aqui dentro onde tudo era paz,
meus sapatos não encontram suas sapatilhas.


Segregamos nossos segredos,
nossas histórias de papel passado,
passando a limpo tudo que restou,

já não somos os mesmos, nem somos. 

quarta-feira, junho 12, 2013

Todas aquelas coisas que já foram ditas sobre o amor e outras não...


Aahhh, o amor, aquela fogueira, aquele gelo,
aquele frio, aquele apego,
aquele ego, aquele prego,
aquela chata, aquele mala, aquele lindo!

O Amor é paradoxo, antítese, antônimo,
sinônimo, composto, completo,
complexo, sem nexo, com sexo,
circunflexo, circunstancial...

O amor é ferida que dói e não se sente,
mas não experimente espremer a minha espinha em meio muita gente,
é se comunicar como um demente,
 rir inocentemente, paixão de ficar doente...

O Amor é feio, é belo, é verde, maduro, de mentira ou sincero,
é paz, é guerra, é briga, é trégua, é foda, é fera!
O Amor é calor, suor, unha roída, costas arranhada,
é mordida, carinho, carência, caralho, caramba é tanta coisa!

O Amor é brega, é chique, piegas e hippie,
démodé, cafona, é rico, é pop é rock,
é um tal de quero não quero, pode não pode,

come ou não come, fode ou não fode...

O Amor é eu e ela, ela e ele, ele e ele, ela e ela, nós, vós, vozes, gritos, gemidos, sussurros e grunhidos,
silêncio, escuridão, meia luz, meio dia, meia noite, toda hora,
sempre, nunca, as vezes e de novo, de novo, de novo!

terça-feira, abril 09, 2013

Olha só pra nós!



Olha bem aquela rua, olha bem,
foi ela que atravessei quando te vi,
evitei ao máximo te encontrar
mas tem coisas que não basta querer. 

Olha bem pra mim, olha bem,
vê se eu queria estar sentado aqui?
falando dessas coisas que já sei de co,
acha mesmo que foi isso que planejei?

Sabias bem que eu não era pra você
mas fazer o que se ninguém é bom pra ti,
e não lamente ter tentado, ter feito o que fez
você não perdeu nada, já que nunca apostou!
Posso ir? posso rir? passa aí
quem sabe um dia a gente se acerta
ou talvez a seta aponte um caminho
melhor ou pior nem quero saber...

Pode ir, pode rir, posso vir
quem sabe você esteja certa
não tem caminho, não tem meta,
talvez essa seta esteja apontada pra mim.

Olha bem pra essa cama,
não tem trama, nem engana mais ninguém
o lençol está intacto, são fios feitos de cactos
pra nunca mais você deitar.

Olha bem pra nós,
chegamos a lugar nenhum
nessa cena patética
até a lágrima se escondeu.

Olha bem pra essa porta,
é por ela que vou embora,
não vendo a hora de voltar, 
quando passar, pode bater
tão forte quanto esse coração!



rm.

quinta-feira, março 14, 2013

Ir.




Não me poupo
nem do riso
nem do choro
não me guardo
nem do medo
nem da coragem
não me iludo
nem com a fantasia
nem com a realidade

simplesmente
entrego-me,
livro-me de amarras,
nós em âncoras,
permito-me ir,
despretensiosamente ir,
ir até onde posso,
ir até onde quero,
ir até onde me deixarem ir.

segunda-feira, março 04, 2013

Nesse Passo...




e nesse passo
faço o que posso
passo o que penso
não penso o que faço

uma perna de cada vez,
pra não ser passado para trás
é preciso olhar pra frente,
futuro é o que a vida faz da gente

a cada segundo um novo presente
felicidade não é a boca cheia de dentes
é um por todos de uma vez por todas,
ninguem é por ninguem.

corro, só corro
pra sentir o vento na cara
onde a vontade começa
o medo pára...

vou até a onde consigo
e sigo até a onde aconselham
faço o que quero
ate onde penso que posso.