segunda-feira, junho 22, 2009

e o que resta...


Com quem você gostaria de estar agora?
Para quem você pediria perdão?
Qual lembrança boa viria a tona?
Qual seria a saída? Como foi a chegada?
Como você gostaria que fosse seu ultimo dia?
Apegado a imagens da infância,
quando não sabiamos que pessoas boas partiriam,
não imaginavamos que pessoas melhores ainda estariam por vir...
Não estragavamos os nossos dias por nada, tudo era motivo para um sorriso,
e agora? o que restou de nós? velhos rostos enrugados na frente do espelho,
ou uma coluna envergada sobre uma cama de lençois brancos,
assim como as paredes desse quarto...
Parece ser tarde demais para olhar pra trás,
a visão não enxerga o passado, as mãos não podem tocar o que ficou pra trás...
O que eu posso te dizer agora?
Ficou tudo onde jamais deveria estar,
as cartas que não foram mandadas,
as frases que não foram ditas,
os milhares de beijos e abraços que um dia poderiam ser dados,
que fariam o dia de alguem melhor, tudo isso foi absolvido pelo tempo,
mesmo tempo que agora castiga, que agora determina o que é o fim,
o mesmo tempo que te aponta o dedo na cara e pergunta:
Como será daqui pra frente? o que há depois que as palpebras se tocarem?
Quantos pedidos de perdão ficaram pra trás, quantas pessoas deixamos de perdoar?
São perguntas sem respostas, choro sem lágrimas,
é a certeza do que é incerto, é o medo dos corajosos,
é a chance de ser aquilo que nunca foi... ou que nunca será...
Pode ser a ultima vez, pode ser a primeira, pode não ser nada,
pode apenas ser medo.
e as palavras que não foram ditas, não fizeram tanta diferença,
o que voce deixou pra trás?
o que você julgou erradou ou certo e se enganou?
quer saber? agora é tarde...

quarta-feira, março 18, 2009

O Marginal



Sentado, deitado
levanta, anda,
o ritmo é o mesmo
a falta que fazer
vai lhe consumindo,
o ócio roendo os ossos,
o ódio se aflorando e
a saliva cada vez mais amarga,
está insuportável ver o relógio passar
tique-taquemente, tique-taqueante,
como um coquetel molotov dentro de si
uma explosão de lágrimas
cada gota com seu nome,
primeiro cai a revolta,
depois a impaciencia,
logo em seguida a dor, o medo
e finalmente o desespero,
quando todas elas caem no chão
e se misturam formam o cidadão
que vive fora das margens da sociedade,
o marginal.
Não há mais tempo para perder...
uma profissão, ele é seu proprio patrão,
arma em punho, capuz posto.
[mãos a obra]

sexta-feira, janeiro 09, 2009


Lá se vai dezembro, com toda sua festividade
lá se vai meu dengo, em busca de felicidade
aqui jaz meu peito que encarava a dura realidade
aqui nasce minh'alma em busca da eternidade.


e quando chegar em janeiro, junto vem a chuva e o nevoeiro
o verão tem o sol frio e sorrateiro
que quando te vê se esconde atrás de um nevoeiro
e assim minha navega, ao sabor do vento à bordo de um veleiro.

não se passa um mês sem eu perder o dia pensando em você
e quantas horas faltam para te ver?
os ponteiros do relógio não se movem com a mesma velocidade
de quando você estava aqui.


talvez eu não saiba esperar,
não sei se setembro irá chegar,
mas até la vou me decompondo em versos
sem saber se um dia regresso.

nada do que foi, voltará a ser o que é...