Poesias de palavras soltas, rimas e letras jogadas ao vento inebriantes pelo fato de serem tão sóbrias e que essa sobriedade, encante e deixem trôpegas as pessoas que as lêem.
domingo, dezembro 24, 2006
Grito em silêncio
Cada palavra uma confissão
o verbo conjugado na pessoa perfeita
de um tempo imperfeito
do pretérito que não preferi.
talvez pudesse escolher
aquilo que ja não era meu
e veio a cair como uma luva
na mão errada de quem a teve.
seguirei mudo em meu silencio
ouvindo apenas as notas de meu violão
cansado da canção que todos ja conhecem
hoje eu quero seguir meu rumo.
posso sentir que estou feliz sozinho
seguindo um rumo, um caminho,
aquele que sempre me mantem longe de você
talvez essa sim seja a melhor escolha.
o verbo na primeira pessoa do singular,
assim como eu, unico, inigualavel
tocando as notas dessa valsa torta
pedindo que o dia acabe mudo.
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Têm dias...
Tem dias em que acordo
com medo do que vou encontrar pela frente,
tem dias que os dias são escuros como a noite,
dias que a cama mais parece um túmulo.
Aquela chuva fria, fina e delicada,
deixa meu corpo em total prazer,
como tua alma nua tocando a minha,
fazendo esquecer a tempestade que virá.
Eu não sei o gosto que minha boca esconde
quando o sabor da desilusão toca meus lábios
procuro abrigo na casa escura e no teu peito habito,
esmoléu de um sentimento incompreendido!
Existem dias que parecem madrugadas
onde bebados perambulam a caminho do bar
e sofridos apaixonados voltam desiludidos
rumo ao lar que jamais deveria ter deixado.
Deixo tudo pra trás,
pra viver o que nunca tive,
e segue forte, feito rio em cachoeira,
rompendo o verbo, realizando o fato.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Sujo
Hoje quero a sujeira!
nada de romantismo, nem música lenta
hoje quero quebrar todas as garrafas,
fumar todos os cigarros
e comer todas as prostitutas!
quero sair sem destino
respirar todo aquele gás carbônico lá de fora,
quero vomitar em cima de quem tiver caído
venderei meus anéis e arrancarei meus dentes,
porque hoje, quero ser o mais poluto dos seres!
quero roubar aquela velha safada,
quero chutar a cara daquele bêbabo
quero indignar-me com as palavras do pastor
quero mandar Deus tomar no cu!
porque hoje, quero ser o mais maculado dos cristãos!
razão, apenas razão,
sentimento é coisa de viado
correrei atrás de ratos, viverei com as baratas
materei todas as minhas angústias
não comprarei mais nada, apenas quero o troco!
porque hoje, quero ser o mais desmoralizado dos canalhas!
quinta-feira, novembro 30, 2006
(des)Esperar
Posso esperar o tempo que for
mas enquanto isso viverei em dor
não acordo com animo de um novo dia
mas com o peso de que mais tarde a noite chegará.
Novas confissões em prantos
dentro do irritante silêncio daquele quarto,
palavras perdidas entre o olhar e a parede,
salobre é o gosto da madrugada de hoje.
o seu vilipêndio ja não me incomoda,
seu sorriso não tem nenhuma graça
e quando penso em tudo que fiz
me desespero, por não ter esperado.
Nenhum caminho me leva a você
tudo que posso e contar as horas
ate que tudo volte a ser como nunca foi,
quem sabe um dia consigo ver cores...
quarta-feira, outubro 18, 2006
Desabar
Ah essa tristeza
que me toma de súbito,
quase que por assalto,
com violencia me arrasa
e me joga ao chão,
como martelo contra a pedra.
essa comoção que me demove,
me arrasta com furia, ferindo
arremessando-me contra as rochas
mágoas imaculadas, verdadeiras,
ao ponto de parecer mentira.
Essa dor desmedida
que contamina minh'alma
como um câncer,
que retira-me toda força
arruinando o castelo de areia fina.
Isso não é amor
quem sabe sim o inverso dele
em desproporção,
o antídoto que virou veneno,
a ferida escancarada que você deixou.
quarta-feira, outubro 04, 2006
Passa Passo
O passo leva a onde for possível,
até para o poço!
nas calçadas sólidas
as marcas somem,
e a sombra de cada homem, passa!
O dia segue, cedo, sagrado
subindo e descendo escadas,
sem tropeço, eu peço uma dose,
segue dia, pés a obra!
Em cada passo, penso
por que tudo passou em vão?
porque o que passou, passou!
segue o passo!
Chega noite, chego em casa
o dia agora é passado
o que mais quero é sono,
o que me vem é cama.
No peito dorme,
na madrugada ama,
o lençol encobre
a mais bonita dama.
sexta-feira, setembro 15, 2006
My Sun
Brilhar é o que fazes de melhor,
nas primeiras horas do dia toca meu rosto
como um leve beijo ao despertar,
mesmo distante, me sinto tão perto de ti...
tens o dom de me deixar feliz,
apenas por te observar
me sinto por completo abastecido
és alimento pro meu calor em dia nublado...
Aquece minha alma, minha calma e minha cama,
como por de baixo das cobertas
seu pé quente na meia, tocasse o meu descalço,
fazendo me rir, num misto de susto e felicidade.
me completas apenas por existir,
por mais que me oculte a demonstrar
tudo que sinto vem a tona quando olho pro céu,
fazes de mim, um bem maior...
vejo no futuro, um presente
em você a completa harmonia,
um caminho novo, numa estrada ja marcada
e por mais que não queira, estarei la!
é utópico pensar em você e eu como nós,
mas quando penso em te fazer sorrir
qualquer ilusão, se torna real,
nesse riso grande, eu me perco...
Te comparo com o sol,
que na minha vida me acompanha todos os dias
mesmo sem saber, e no meu travesseiro se faz eclipse,
embaixo do nossos lençóis nosso sistema solar.
Somente com você
eu consigo pensar em ser feliz de verdade,
o passaro verde, tua alegria,
teu segredo contado ao pé do ouvido...
quarta-feira, agosto 30, 2006
Interior
Mil faces e nenhuma delas brilham pra você,
como um diamante lápidado na marreta,
tem todo um valor, porem não é tão belo
não caberia em um colar...
Seria um presente pro teu desejo
mas não pra teu merecimento,
teus decadentes pensamentos
quando estás a procura de um beijo.
O que você carrega, é o que você pode carregar,
como uma peça de exposição a tira-colo,
mostrando os dentes de um sorriso falso,
ostentando aquilo que não tem valor.
A imagem de uma tela
nem sempre diz o quanto é tão bela
o que está por trás de um sentimento
só conhecendo o autor para palpitar.
Nem tudo que é belo é bom
nem tudo que tu carregas é teu,
e tudo que tu perdes sou eu,
de um valor maior que os seus anseios.
Só, sem herdeiros de um coração,
sem horizonte para nova visão,
seguindo mostrando
aquilo que você não pode ver.
terça-feira, julho 25, 2006
Sonôro
Qualquer silêncio é mais torturante
que tua voz ao gritar,
falar daquilo que não
é obvio entender.
E quando tudo parece frio
renasce aquilo que eu perdi
ao tentar te procurar,
e nada é tudo que podemos fazer.
Conversas loucas ao telefone,
procurando na radio
a mesma sintonia da tua boca
e no auto-falante lagrimas sonoras.
em ultimo volume tudo que sinto
o grave da tua fala soa agudo,
rebate em meus ouvidos
ensurdecendo meu corpo.
Minha musica destruirá barreiras
minha voz despertará desse mundo
e vc será minha em quanto não for de outro alguem.
Não Apreciaremos Todo o Amanhã Senão Houver Agora.
e o tapete é testemunha dessa guerra.
sexta-feira, junho 30, 2006
Música Pro Teu Ouvido
Qual seria a afinação perfeita
pro tom da tua voz?
fico perdido em dias de chuva
em Ré menor.
escalas incompreensíveis
para saber a onde chegamos
com essa desentoada musica
pra coração dormir.
Mímicas de maestro
para musicos de uma orquestra cega
tocada para a mais surda das pláteias
entusiasmada com o que se pode ver.
A canção ainda não esta perdida
as letras compõem a nossa história
em compassos e com passos mais largos
nesse zum zum zum gostoso, quero embalar.
Nosso som mais forte
é o bater de nossos corações
minha musica preferida é teu chamar
e quando estamos juntos, compomos.
domingo, junho 11, 2006
Raso
Raso
Desde a descoberta
ate a aceitação
um momento, um silencio, um não
achar que seria facil
o que era piada no teu riso
brincadeira de amigo.
Pensar que atravessamos noites
perdidos em conversas,
em palavras cobertas de sentimento
talvez frases, disfarces,
lagrimas trocadas por sorrisos
os versos mudos em papel carbono.
Saber que o improvavel
sempre acontece sem querer
não me faz te querer menos,
não me faz te querer mais.
apenas sigo perdendo
aquilo que nunca tive.
entregue a outro colo
teus cabelos afagados
escorrem e correm em direção a mim,
como se pelos meus dedos
quisessem ser tocados.
e nesse ritmo
de vida vazia não separo de mim
nem você nem a poesia,
dissumulado coração
perdendo a razão ao te ver feliz.
e assim, areia fina em dia de ventania
me separo de você
sem nunca ter estado junto,
deixo pra quem chegou primeiro
e agora guia teu caminho.
sexta-feira, maio 26, 2006
Irrealizavel
Seria ótimo se não fosse mentira
aquele sonho farto, foi bondade
desde o inevitavel encontro
até o irremediável fim...
O que poderia ter sido ferro
foi poeira, durou o tempo de um assopro
e tudo que consegui guardar
foi a marca daquela digital na lente do meu oculos...
E agora tudo que vejo
é o negro silencio da escuridão
e a cor do segredo grita
pedindo pra que eu não durma.
De encontro marcado
a cada sono, um sonho bom
é nesse momento que posso te tocar
sem lembrar do dia que estar por vir.
e quando acaba, é hora de lavar o rosto
tudo que ficou naquela noite
eu deixo no travesseiro,
na noite seguinte volto pra buscar...
e assim, a cada utopia
venho te buscar,
para que me faça feliz
enquanto durmo.
terça-feira, abril 25, 2006
casa caos
Mudei a cor da casa,
as cortinas ficaram velhas,
tentei retirar do teto o teu nome
o vão da porta, ainda aberta
me fazia enxergar a tua ida...
Guardei fotografias, pedaços da vida
que a duvida te fez apagar
e agora, sozinho nessa sala
não vejo a hora do mundo acabar..
Quando você partiu,
resolvi olhar pela janela
o céu estava tempestuoso, o dia frio
e as nuvens escorriam pelas minhas mãos,
saberia que foi assim também com você.
Posso trocar os móveis de lugar
acender a lareira, mas a sala
jamais será aquecida como era
quando você estava aqui,
tudo é tão sem cor, cinzas de cigarro e poeira...
Já que nada mais faz sentido
deixa a tempestade cair sobre mim,
o que era vida, caiu em desgraça
como um barco na tormenta,
entre rochedos e ventania...
Nessa subtração, o que era três, agora resta um,
todos os dias são de inverno,
e ao inferno pedi a Deus para ir,
agora, o estampido se faz silencio
o que era um, agora não existe mais.
terça-feira, março 28, 2006
1964
Tentei mudar o mundo
o maximo que conseguí
foi ajustar as horas...
Tentei dizer tudo o que ouvi
mas, na verdade
as palavras não sairam da minha cabeça...
Perguntei a mim mesmo
que diabos aquele gosto amargo
fazia na minha boa, pois não fazia
muito tempo, eu estava acordado.
Subvertidos, vestidos para a guerra
um gole de cachaça e um murro no estomago,
queima o "buxo" e a bandeira da ditadura,
esquece o homem e nasce o herói.
Calma, é só papo...
sopapos e choques elétricos,
mentiras ditas em troca de vida
que diabos de gosto amargo.
Tentei mudar as horas
o maximo que consegui
foi me ajustar ao mundo.
segunda-feira, março 06, 2006
Passa, tempo!
Passa o tempo
mas não me passe para trás
pelo fim da vida, só quero paz
encontrar destinos, um porto e um cais.
Verdades irônicas não me compram
as mentiras bem contadas, talvez sim
cante, conte, me fale ao pé do ouvido
apenas um gemido e nada mais, ou a mais.
Não sou piégas, chato talvez,
romantico nato, natureza barata,
gênio domável, algo tomavel, um drink.
cansei de ser clichê pra você.
Pisar as flores do jardim
com a força do meu pensamento
sozinho observo a noite em desalento
cada estrela uma gota brilhante.
Extravazando egos e mitos
odiando verbos no futuro
petála roxa no lençol branco
detalhes incoparáveis da minha lucidez.
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Samba Solidão...
samba solidão
depois de tantos erros e besteiras
das minhas tolices e cegueiras
você agora é minha companheira
acompanha-me e apanha-me
em qualquer sarjeta ou beco que estiver chorando
desespero você me seguirá...
depois de uma longa conversa sozinho
abrirei então meus caminhos junto a ti...
posso negar-te um sorriso afinal de você não preciso
mas insistes a me maltratar
mesmo ao teu lado vou ficando
cada vez mais só,
vejo o mundo parado ao redor
por causa de ti!!!
Posso queixar-me dessa compainha ingrata
que me sufoca como nó de gravata
me enlouquece, me devasta e me mata
a cada minuto que passa...
vou ficando mais só...
Em forma de canção declarei a ti meu coração
não és mulher, apenas se chama SOLIDÃO!!!
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Identidade Poeta
Sofrer é carteira de indentidade de poeta
que deixa a porta aberta pra poder
olhar para trás e ter certeza
de que ninguem o segue.
Perde-se em madrugas frias
varadas pela escuridão
onde encontra a luz
necessária para iluminar sua mente,
coração sem chama, sem graça.
Linhas e mais linhas longitudinais
perdidas em frases sentimentais
abriga no papel aquela solidão,
que chega a ser rudimentar,
um homem só, um homo sapiens.
poesia carregada de sofreguidão
cada dia eterno como se fosse nunca
e nunca chega para que seja infinito
acaba antes da hora, antes do beijo
fica apenas no pensamento,
até se desatinar em dor.
sábado, janeiro 14, 2006
Noctívago
quando não estou fazendo nada
escrevo, escravo da insonia,
café quente, pra despertar do sono,
que nunca vem...
o espelho ja não é mais um retrato 3 x 4,
irreconhecivel a face que se diz minha
olheiras tom bordô, aniquilam o rosto
a beleza está sim, nos olhos de quem vê,
eu? eu já não me vejo.
Ainda sim aquele gosto amargo na garganta
procura espaço entre o céu da boca
e o inferno do estomago, que vazio queima,
como um gole de cachaça branca,
mais pura que minha alma,
inebriante como meu semblante.
As pernas finas e trôpegas
balaçam ao sabor do vento
que nesse apartamento mais
parece um vendaval,
comodos vazios, como esse corpo
escravo daquilo que descreve.
Cigarro aceso, ultimo trago
nasce la fora o sol dos trabalhadores
hora de dormir, eu, vagabundo nato,
de rugas e pavor a luz,
incomodo-me com o dia,
e as verdades que ele me traz.
Boa noite dia.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Acontece...
Atravessando o rio a nado
nada do que procuro acho,
e acho tambem, que nada
vai mudar enquanto procuro.
Reprimindo sentimentos
contando as horas pra que a magica aconteça
de uma hora pra outra, outr'ora
o cenario perde as cores e a vida.
e eu, bom eu perco a vergonha na cara
me troco por palavras, por adjetivos bonitos
por coisas, que sei, que nunca falariam para mim,
mesmo assim me sinto grato.
Isso é um sentimento que não muda
cala-se durante um tempo
mas ecoa a cada parede que se rompe,
não tenho medo, sou assim.
Quero cantar belas canções
mesmo sem você merecer ouvi-las,
ao teu lado, por bem ou por mal
seu amor tem que ser meu...